Coluna do Arcebispo de Vitória da Conquista-BA

26-12-2010 11:28

MENSAGEM DE NATAL E ANO NOVO
DO ARCEBISPO METROPOLITANO

     
N A T A L, “A Festa das Festas!”

  

           Na festa do Natal celebramos a memória viva da primeira vinda de Jesus, o seu nascimento em Belém, quando os anjos cantam: "Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens por ele amados" (Lc 2,14). O nascimento de Jesus significa que o Reino de Deus já chegou e se instaurou no meio de nós. Na noite santa do Natal celebramos este mistério da encarnação do próprio Filho de Deus, que nasce do seio da Virgem Maria.
            Jesus, o Filho de Deus, feito homem, ao assumir nossa natureza humana, resgatou a dignidade de todo ser humano. A criança de Belém nos leva a contemplar esse incrível amor de um Deus que se preocupa ao máximo com a vida e a felicidade dos homens e que envia o próprio Filho ao mundo para trazer à humanidade um projeto de libertação e salvação.
            São Francisco, o poverello de Assis, Idade Média, tinha uma especial devoção ao Natal do Senhor. “Celebrava com incrível alegria, mais que todas as outras solenidades, o Natal do Menino Jesus, pois afirmava que era ‘a festa das festas’, em que Deus, feito um menino pobrezinho, dependeu de cuidados humanos.” (2Cel 199). Queria que nesse dia ninguém passasse fome, os pobres e famintos fossem saciados e até os animais recebessem uma ração maior. Sendo o Natal a “festa das festas” somos chamados a celebrá-la com sentimento cristão, evitando todo e qualquer caráter consumista e profano e não nos esquecendo de tantos irmãos e irmãs pobres e necessitados que nos rodeiam.
            Celebrar o nascimento de Jesus é abraçar o projeto de justiça e de paz que Ele veio trazer à humanidade; é esforçar-se para tornar realidade o “Reino de Deus”, lutando contra todo tipo de injustiça, opressão, exploração e violência, sentindo-se responsável pela instauração do Seu Reino.
            O Natal, por si, contém sempre uma mensagem de paz e de amor. Jesus nasce para reconciliar as pessoas com Deus e entre si. Jesus anuncia a fraternidade, e a dignidade inviolável de cada ser humano, o direito à vida e a uma vida digna. Jesus anuncia o perdão e a não violência, o amor e não o ódio, a reconciliação e não a vingança.
             No Natal somos chamados a abrir os nossos corações para acolher outra vez a Jesus, o Deus da justiça, do amor, da fraternidade e da paz que nasce na vida de cada um de nós, em nossas comunidades, em nossas famílias e em nossas casas religiosas.
            Na oitava da Natal iniciamos um novo ano civil. É o Ano Novo. Momento oportuno para renovar as nossas promessas e compromissos cristãos. Portanto, a celebração do Natal e Ano Novo deve chamar a nossa atenção, de modo especial, para a questão da paz na família, na comunidade, na sociedade e no mundo. Essa celebração deve ainda nos reportar à questão da solidariedade para com os pobres, que está em íntima conexão com a questão da paz. São os pobres que merecem em primeiro lugar nosso amor e solidariedade, a exemplo do próprio Menino Jesus. A paz só será permanente quando for construída sobre a justiça, o direito e o perdão.
            Em nossa Arquidiocese, somos convidados a continuar, também no ano novo, aprofundando e vivenciando as Diretrizes Pastorais. Que estas nos levem a uma maior consciência de sermos verdadeiros discípulos missionários de Jesus Cristo numa Igreja em estado permanente de missão.
            Almejamos a todos um Feliz Natal e abençoado Ano Novo repletos de paz e esperança.

 

Vitória da Conquista, Natal de 2010.


      Dom Luís Gonzaga S. Pepeu, ofmcap.
               Arcebispo de Vitória da Conquista-BA

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